Arábia Saudita e China: muito comércio, nenhuma ideologia.
O presidente chinês Xi Jinping se reuniu com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman no Grande Salão do Povo em Pequim. Esse encontro aconteceu em um momento em que tanto a China quanto a Arábia Saudita enfrentam críticas cada vez mais duras, principalmente sobre a questão dos direitos humanos. A nação Árabe busca investir cada vez mais no grandioso projeto chinês da Nova Rota da Seda.
Da parte Saudita, o horrível assassinato do jornalista Jamal Khashoggi no Consulado Geral em Istambul destruiu profundamente sua reputação em todo o mundo. No entanto, a reação da China a esse escândalo foi bastante moderada. Em uma coletiva de imprensa em 25 de outubro de 2018, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, definiu o caso como “um incidente trágico”e que “Esperamos que este caso possa ser tratado adequadamente”.
Por parte da China, o Ocidente tem exigido fortemente que Pequim pare com a repressão à minoria muçulmana em Xinjiang nos últimos meses, e curiosamente, o berço do Islã, permaneceu quieta sobre o assunto. A Comunidade Internacional acusa a China de forçar muçulmanos separatistas do leste do país a comer carne de porco e tomar bebida alcólica, ambos considerados pecado para o Islã.
De acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, Xi disse ao príncipe durante o encontro que “a China considera a Arábia Saudita como um bom amigo e parceiro”, que a China está pronta para “abrir um novo horizonte para amizade bilateral e relacionamento estratégico” e acrescentou “que ambas as nações deveriam expandir a cooperação em energia, infra-estrutura, comércio, investimento e alto valor. indústrias adicionadas”.
Bin Salman se referiu à China como “um parceiro estratégico importante” e defendeu as medidas contraterroristas da China dizendo que: “A Arábia Saudita adere firmemente à política de uma só China. Respeitamos e apoiamos os direitos da China de adotar medidas de contraterrorismo e de extremismo para salvaguardar a segurança nacional. Estamos prontos para fortalecer a cooperação com a China”.
Vale ressaltar que dia antes do encontro entre eles, a Arábia Saudita assinou 35 acordos de cooperação econômica com a China no valor total de US $ 28 bilhões em um fórum de investimento.
O pragmatismo da relação entre países segue a todo vapor, quando o óbvio seria que fossem inimigos devido ao tratamento chinês a muçulmanos e o assassinato dentro de uma embaixada, o membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e o berço do Islã, fazem vista grossa em nome de um bem maior: LUCRO.
Enquanto isso, a América fica presa em uma tal ideologia.