Asean Mews 2 – Eleições nas Filipinas
Não, você não leu errado, é Asean Mews mesmo!!! MEWS de comemoração: o podcast acaba de bater DUAS MIL VISUALIZAÇÕES!!! Muito obrigado a todos!!!!!!!!!! Como comemoração e por estar há meses sem fazer o Asean News, um ep das notícias da região de um mês pra cá!
#ASEAN 
1 – Há um mês a Vice Presidente dos EUA, Kamala Harris, visitou os países da ASEAN. A visita teve ênfaseno assunto de navegação no Sudeste Asiático e sua repreensão à assertividade da China no Mar da China Meridional. Tópico de crises climáticas também foi bastante abordado e também não poderia de mencionar os Direitos Humanos, citou Mianmar, Vietnã e Camboja.
Em um geral houve um consenso de que o tour foi decepcionante sem avanço em nenhuma pauta e assuntos vagos e óbvios. O Pivô para a Ásia ainda é visto com preocupação pelos membros da ASEAN, pois ainda não está claro como será essa nova política externa dos EUA.
2 – Crise interna: Malásia ameaça abrir conversações com o governo paralelo de Mianmar por falta de diálogo com a junta militar. O Primeiro-ministro malaio alegou a possibilidade após inúmeras tentativas de negociar com os militares.
#BRUNEI
Sem notícias relevantes no período
#CAMBOJA
1 – O Ministério da Justiça do Camboja pediu ao seu homólogo cipriota cooperação na investigação e no fornecimento oficial da verdade em relação às alegações de que o PM Hun Sen possui um passaporte da República de Chipre. As denúncias foram do The Guardian e The Washington Post referente ao vazamento do Pandora Papers.
2 – O Congresso dos EUA aprovou a Lei da Democracia no Camboja, que recomenda a imposição de sanções a altos funcionários cambojanos responsáveis por minar a democracia do país. O Cambodia Democracy Act de 2021, que foi proposto por Steve Chabot (R-OH) e Lowenthal (D-CA), tem como objetivo “promover eleições livres e justas, liberdades políticas e direitos humanos” no país. (texto nosso sobre o país)
#CINGAPURA
1 – O parlamento de Cingapura aprovou na segunda-feira uma lei que visa prevenir a interferência estrangeira na política interna, que a oposição e os ativistas criticaram como uma ferramenta para esmagar os dissidentes.
A chamada “Foreign Interference Bill” permitirá às autoridades obrigar os provedores de serviços de Internet e plataformas de mídia social a fornecer informações do usuário, bloquear conteúdo e remover aplicativos usados para espalhar conteúdo que considerem hostil sem grandes dificuldades.
Grupos e indivíduos envolvidos na política local podem ser designados como “pessoas politicamente significativas”, o que exigiria que revelassem fontes de financiamento estrangeiro e os sujeitassem a outras “contramedidas” para reduzir o risco de interferência do exterior.
Em defesa, um ministro do governo disse que “A Internet criou um novo meio poderoso de subversão”. O jornal Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alertou que o projeto traz “as sementes das piores tendências totalitárias”.
#FILIPINAS
1 – O campeão de boxe das Filipinas, Manny Pacquiao, anuncia candidatura a presidência do país em um bloco distinto ao do Duterte. Pacquiao, de 42 anos, senador desde 2016, foi indicado por sua facção do PDP-Laban durante uma assembleia nacional realizada ontem. “Eu sou um lutador e sempre serei um lutador, dentro e fora do ringue”, disse Pacquiao no evento . “Toda a minha vida, não desisti de nenhuma luta. Nada é impossível se for ordenado por Deus. ”
As relações entre Pacquiao e Duterte começaram a se deteriorar em março, quando membros do partido assinaram uma resolução convocando Duterte a concorrer como vice-presidente em 2022, ao final de seu mandato presidencial único de seis anos. Pacquiao, então presidente do PDP-Laban, posteriormente atacou seus companheiros de partido pela sugestão “não autorizada”, e que ele “não sancionou isso como presidente interino do partido”.
O lutador ainda está bem atrás nas pesquisas e enfrentará muitos problemas internamente, fato é que o partido está rachado no meio e Duterte não terá vida fácil também sua filha e um indicado seu desistiram de concorrer tendo ele como vice.
2 – Duterte anunciou, surpreendendo a todos, que não concorrerá mais a vice presidência do país. Muitas especulações desde então sobre os motivos, fato é que sua popularidade está caindo muito e pesquisas estimam que 60 a 70% dos filipinos acham inconstitucional ou imoral sua candidatura já que o país não permite reeleição. Provavelmente sua saída foi um movimento para não prejudicar a sua filha, que concorrerá ao posto mais alto do país.
3 – O filho e homônimo do ex-ditador das Filipinas Ferdinand Marcos disse na terça-feira que concorrerá à presidência nas eleições de 2022. “Vou trazer liderança unificadora de volta ao nosso país”, disse o herdeiro de 64 anos, juntando-se a um campo crescente de candidatos que buscam substituir Duterte no campo da direita radical.
Se a candidatura de Marcos Jr à presidência for bem-sucedida, será o coroamento de um notável retorno político, já que um levante popular derrubou seu pai e levou a família ao exílio nos Estados Unidos.
Depois que foram autorizados a retornar às Filipinas, membros da família ocuparam vários cargos políticos de destaque.
Marcos Jr tentou defender o governo de seu pai citando o crescimento econômico e minimizou as violações dos direitos humanos durante aquele regime. Ele defende a política de guerra às drogas de Duterte e a pena de morte para traficantes.
4 – As Filipinas declararam que apoiam um novo pacto de defesa EUA-Reino Unido-Austrália (AUKUS) que trata de um “desequilíbrio” militar no sudeste da Ásia, disse o principal diplomata de Manila. Contrastando fortemente com as preocupações da Indonésia e da Malásia sobre uma corrida armamentista na região.
O secretário de Relações Exteriores das Filipinas, Teodoro Locsin Jr., não citou nenhum país responsável por esse assim chamado desequilíbrio, mas provavelmente se referiu à China. Manila e Pequim tiveram várias discussões verbais sobre o aumento da militarização da China no Mar do Sul da China. Os vizinhos do Sudeste Asiático “não possuem os meios militares para manter a paz e a segurança” na região, disse ele.
#INDONESIA
1 – País está perto de se tornar o terceiro a ratificar o RCEP (texto nosso sobre o acordo). Para que entre em vigor, pelo menos seis países da ASEAN e três países parceiros devem ratificar o acordo por meio de seus respectivos processos internos. Cingapura e Tailândia já o ratificaram, assim como China e Japão, precisando que a Austrália, a Nova Zelândia ou a Coréia do Sul ratifiquem para acertar o alvo.
O acordo promete ajudar a integrar a Indonésia nas cadeias de valor regionais, atraindo mais investimentos e empregos na indústria. Também se alinha com a busca de Jokowi por investimento estrangeiro em infraestrutura e indústria. Seu governo está tentando estabelecer uma indústria doméstica de baterias.
#LAOS
1 – O Laos autorizou 6 empresas a comercializar e minerar criptomoedas enquanto prepara uma legislação sobre. O país que possui muitas barragens e exporta energia tenta criar uma forte alternativa de renda. Acontece que as criptos são uma boa fonte de renda para criminosos, principalmente os do Triângulo Dourado e a China vem fechando o cerco contra mineradores, o vizinho gigante pode não ver com bons olhos uma eventual ida dos mineradores chineses para o Laos.
#MALASIA
1 – Pouco se olha para a Malásia quando o assunto são as cadeias globais de valor, mas o país é central em muitas questões. Recentemente a Toyota afirmou que cortaria a produção mundial por causa de lockdowns em partes da Malásia.
E agora que aumenta a chance de diminuição de barreira sanitárias, os semicondutores podem voltar a ativa. O setor representa cerca de 6,8% do PIB da Malásia e emprega cerca de 575.000 trabalhadores. Globalmente, a Malásia responde por 7% do comércio de semicondutores e 13% da capacidade global de teste e embalagem.
2 – Grupos da sociedade civil na Malásia alertaram sobre o crescimento da intolerância racial e religiosa no país após duas controvérsias nas redes sociais no fim de semana, uma envolvendo um pregador muçulmano e outra um político.
Em um viral no TikTok que acumulou 17.000 visualizações, o pregador muçulmano malaio Syakir Nasoha acusou budistas, hindus e dayaks – os indígenas dos estados de Sarawak e Sabah, no leste da Malásia – de matar muçulmanos, gerando temores de que suas palavras incitariam a violência contra esses grupos.
No atual clima político delicado, onde os residentes de Sabah e Sarawak sentem que são tratados injustamente no sistema federal, uma observação irresponsável como essa aumentará o descontentamento latente. Essa região inclusive já foi tema aqui.
Enquanto isso, enquanto os críticos faziam fila para denunciar o vídeo do pregador, um político do partido Bersatu, Borhanuddin Che Rahim, estava no Facebook questionando um jogador de badminton de ascendência indígena, estar na seleção nacional.
Países como Malásia e Indonésia, que são multiétnicos e religiosos vivem sob um frágil equilíbrio que pode levar a massacres e linchamentos, como os já ocorridos no país vizinho ao longo da história e dos crescentes problemas com chineses.
#MIANMAR
1 – Com o governo paralelo declarando que toda a população deveria pegar em armas, a Moeda de Mianmar cai para o ponto mais baixo dos últimos anos (2.200 por dólar americano, ante 1.330 em 1º de fevereiro, quando os militares derrubaram o governo democraticamente eleito).
A depreciação é um resultado direto da turbulência política provocada pelo golpe, que foi seguida por protestos em massa, paralisações de desobediência civil, violentas repressões da junta militar e interrupção de serviços essenciais como telecomunicações, bancos, saúde e educação. (texto nosso sobre a economia do país).
2 – A junta militar de Mianmar vai colocar a líder deposta Aung San Suu Kyi em julgamento por corrupção, disse seu advogado, acrescentando a uma série de casos em andamento que podem levá- la à prisão por décadas. Ela se declara inocente de todas as acusações. Segundo grupos locais, desde o golpe, mais de 1.100 pessoas foram mortas e mais de 8.000 presas.
3 – A maioria da população de uma cidade de Mianmar perto da fronteira com a Índia fugiu depois que prédios foram incendiados em uma luta entre as milícias locais e o governo. Segundo a Índia, de 10 mil pessoas que vivem na região, 5.500 entraram no país.
#TAILANDIA
1 – Espera-se que a maior estatal de petróleo da Tailândia, PTT, invista mais de US $ 16 bilhões na próxima década em uma iniciativa para promover veículos elétricos e outras tecnologias verdes como parte de um esforço nacional para transformar o país no centro de EV do Sudeste Asiático. A visão reflete uma “transição de negócios que vai além de uma empresa de energia tradicional”, disse o presidente e CEO da empresa.
De propriedade majoritária do governo, o PTT é o maior grupo de energia da Tailândia. A empresa não apenas extrai gás natural e petróleo, mas também supervisiona as operações de refinaria e distribuição de combustível. A maioria dos ganhos provém de combustíveis fósseis.
#VIETNA
1 – Vietnã anuncia que vai comprar mais de 10 milhões de doses da vacina contra o coronavírus de Cuba. O acordo veio apenas dois dias depois que o Vietnã se tornou o primeiro país estrangeiro a aprovar o uso emergencial da vacina Abdala.
Na semana passada, Cuba iniciou o processo de busca da aprovação da Organização Mundial de Saúde para o Abdala e outra vacina desenvolvida localmente, a Soberana 02, ambas em uso na ilha. Havana afirma que a Abdala mostrou-se 92,28% eficaz contra COVID-19 durante os testes clínicos em junho. Cuba também enviará uma equipe ao Vietnã para transferir sua tecnologia de produção de vacinas.
2 – Acordo militar com o Japão – pela primeira vez Tóquio vai vender mercadorias militares e compartilhar tecnologia de Defesa sensível com Hanói. O acordo também permite exercícios militares conjuntos e eleva o relacionamento bilateral a um novo nível, inclusive por meio de uma colaboração mais profunda na segurança cibernética.
Mais significativamente, o negócio também deve pavimentar o caminho para a aquisição de navios japoneses pelo Vietnã em um futuro próximo. O Japão tem acordos similares com Filipinas e Indonésia.
DICA DA SEMANA:
Seguir a página História Islâmica nas redes, Face e Insta bem atuantes.
E claro, ouvir o podcast em que conversamos com o Mansur.
Dia a dia muito corrido? Ouça todos esses posts enquanto faz suas tarefas:
Quer ainda mais informação com direito a enquete diária sobre o sudeste asiático? Siga o Insta:
Interesse em conversar sobre Relações Internacionais e política local? Bora twitar: