UMA PITADINHA DE ANARQUISMO NÃO FAZ MAL A NINGUÉM!

 

Em 2016 na disputa para prefeito na cidade de São Vicente-SP, um dos candidatos era cunhado do vice governador, e mesmo sendo um vereador inexpressivo de longa data, logo se tornou favorito, principalmente após o vice governador dizer abertamente que se seu cunhado vencesse, a cidade teria mais condições financeiras de se reerguer. Isso sem mencionar que o prefeito em exercício denunciou diversas vezes ao longo do seu mandato que a cidade de São Vicente não recebia as verbas do estado propositalmente por ele ter vencido o filho do vice governador nas eleições.

As pessoas costumam reproduzir o que ouvem sem refletir sobre o impacto negativo das consequências. Votar no candidato parente do vice governador na esperança que a cidade prospere é não somente ingenuidade mas espelho da corrupta sociedade brasileira.

Justamente como protesto, por esse descaso de 4 anos do vice governador é que a cidade deveria boicotar todo e qualquer político que recebesse seu apoio, para demonstrar que não vive do passado. Com isso, se encerra a tentativa de impor um ciclo vicioso de coronelismo, fazendo com que ele e seu filho governem a cidade por décadas, podendo repassar esse poder aos netos e bisnetos.

1 – SUBMISSÃO: Se uma gestão é má o suficiente para boicotar toda uma cidade por não simpatizar com um prefeito, ela não será diferente para usar o prefeito aliado como instrumento de interesses próprios. As pessoas que reproduzem esse pensamento não percebem que estão endossando um pragmatismo maquiavélico e estão tornando natural o coronelismo e a submissão.

2 – RESIGNAÇÃO: Tão alarmante quanto a naturalidade com a questão da chantagem política é a atitude implícita de que a sociedade se coloca como ativa apenas no período eleitoral, como se não pudesse intervir em questões sociais até as próximas eleições. Ora, se a cidade melhorará com o prefeito x é por que tem como obter recursos, e se tem, esses recursos devem ser repassados não importando quem é o prefeito. É inadmissível a vontade de um colocar de joelhos centenas de milhares, mais ainda, uma sociedade que aceita essa ideia.

3 – RESILIÊNCIA: Ao se conformar com o prefeito escolhido, seja ele quem for, a sociedade assume a postura passiva e passa a aceitar tudo o que ocorre como se nada pudesse ser feito, como se não pudesse interferir no processo. O atual prefeito não ser tirado a força de seu cargo e o governo estadual não ser obrigado a dar parecer sobre os motivos de algumas verbas terem sido repassadas para outras cidades da região e não a nossa é a prova de que a sociedade pensa mal, escolhe errado e por isso vive incompleta.

Prefira morrer de fome do que viver de joelhos.

UMA PITADINHA DE ANARQUISMO NÃO FAZ MAL A NINGUÉM!