Djibouti: Um pequeno país, com grande responsabilidade.
A República do Djibouti é um dos países mais estáveis da África.Não tem incidentes com radicais islâmicos nem foi afetado pelas recentes guerras de seus vizinhos, tem um sistema jurídico ao estilo do francês e uma assembleia eleita, ainda que seu presidente seja o mesmo desde 1999. Brasil e Djibouti estabeleceram relações diplomáticas em 1996. Em 2010, a Embaixada brasileira em Adis Abeba (Etiópia) passou a ser cumulativamente responsável por representar o Brasil junto às autoridades djiboutianas.
Em 2005, o Presidente do Djibouti, Ismail Omar Guelleh, esteve no Brasil para participar da Cúpula América do Sul–Países Árabes (ASPA), foi assinado Acordo de Cooperação Técnica entre os dois países. As prioridades assinaladas pelas autoridades djiboutianas para a cooperação centram-se nas áreas de infraestrutura, agricultura, meio ambiente, saúde, educação,solidariedade nacional, pesquisa científica e desenvolvimento social. Empresa brasileira constrói atualmente porto no país, com financiamento dos Emirados Árabes Unidos.
Culminado estabilidade com seu posicionamento estratégico no chamado “Chifre da África” com entrada para o Mar Vermelho, o país foi cortejado por grandes potências para a instalação de bases militares, como, EUA, Itália,Japão, França, Arábia Saudita e China.
Recentemente, a China se tornou seu principal parceiro,ultrapassando os EUA, investindo em infraestrutura levantando portos e aeroportos para seu ambicioso projeto da “Nova Rota de Seda”. Com ela, veio dois novos problemas ao país, djiboutianos reclamam do sistema chinês de investimento, que cobra menos juros, porém, leva sua própria mão de obra e também que sua nação está sendo vendida.
Por outro lado, as recentes amostras de autoritarismo de seu presidente que prende, tortura seus inimigos políticos e fecha jornais de oposição, são automaticamente associadas ao autoritarismo chinês muito embora um relatório da Lowy Institute da Austrália tenha indicado que “o péssimo faro para negócios e a alta corrupção do país estejam criando insatisfação em Beijing”.
No entanto, a escalada de tensões que mais preocupa é a exterior devido a proximidades das bases militares de países conflitantes, como EUA e China. Autoridades militares dos EUA já acusaram oficialmente a China de usar lasers de nível militar para distrair seus pilotos. Embora separados por dez quilômetros de distância, eles estão observando um ao outro de perto, e com suspeita. Acredita-se que as nações que mantêm bases no Djibuti também estão envolvidas em escuta eletrônica umas sobre as outras, incluindo a vigilância das atividades de pessoas de interesse no país e na capital.
Em nenhum lugar do planeta há essa proximidade de tantas bases militares. E isso significa que qualquer coisa pode e provavelmente acontecerá quando os EUA e seus aliados enfrentarem uma China crescente no que alguns veem como as fases iniciais de uma nova Guerra Fria.