O começo do fim da hegemonia do dólar

 

Diversos países buscam há mais de dez anos um meio para fugir do que eles chamam de “hegemonia do dólar” e dos “incríveis privilégios” que o sistema mundial dá ao usá-lo como moeda em transações internacionais desde que esse sistema substituiu o ouro. Através do SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication), uma rede global de “mensagens financeiras” entre os principais bancos, incluindo bancos centrais. As transações são registradas através dessa rede SWIFT, que permite a rápida confirmação de “mensagens” e atualizações de contas em todo o mundo.

No passado, os EUA apreenderam ou congelaram fundos transferidos através do SWIFT entre bancos fora de suas fronteiras, incluindo transações inteiramente legais, indicando que possuem total controle explícito sobre o sistema. O status de reserva mundial do dólar, combinado com a influência do país sobre a ferramenta mais importante nas transações bancárias internacionais, solidificou seu domínio fiscal por muitos anos. E atualmente, bloquearam totalmente o Irã, isolando o país de todo o planeta. Essa politização do sistema financeiro faz que sua credibilidade seja colocada em cheque, uma vez que passa a clara mensagem ao mundo que eles devem ser subalternos aos interesses americanos se quiserem permanecer fazendo transações com o resto do planeta.

A China encabeça o movimento antissistema, já faz negócios com a Rússia em suas próprias moedas, somente em 2017 a movimentação entre eles chegou a 84,9 bilhões e recentemente o Irã entrou nesse sistema bilateral. Pouco a pouco esses países devem passar a exigir apenas esse tipo de sistema bilateral em suas negociações, criando uma avalanche no sistema atual, principalmente pelo fato de que a Europa está cada vez mais negociando com eles e se afastando do protecionismo de Trump.
Acredita-se que dentro de pouco mais de uma década já será flagrante o déficit do SWIFT, isso se a superpotência não conseguir deflagrar nenhum grande conflito em larga escala para desestabilizar a economia mundial, claro. Especialistas preveem uma conexão direta entre o protecionismo de Trump com a aceleração da mudança de sistema. Em outras palavras, quanto mais “America First”, mais “America Last”