Um Breve resumo econômico das relações Brasil-UE
Um bom termômetro para analisar quando (ou se) entrar em vigor o acordo Brasil-EU, será comparar com anos anteriores a 2019. Já que o governo anunciou que com esse acordo, o Brasil terá um incremento do PIB de 87,5 bilhões de reais em 15 anos, podendo chegar a 125 bilhões se consideradas a redução das barreiras não-tarifárias.
Tomando como base o ano de 2018, o Brasil teve um superávit de US$ 7,3 bi. Segundo dados liberados pelo próprio governo, assim ficaram os dados dessa relação:
-Exportações do Brasil para UE em 2018: US$42,1 bi
-Importações do Brasil para UE em 2018: US$34,8 bi
-Superávit em 2018: US$7,34 bilhões
-Participação da UE nas exportações do Brasil em 2018: 17,6%
-Participação da UE nas importações do Brasil em 2018: 19,2%
Principais produtos exportados pelo Brasil para UE em 2018:
-Farelo e resíduos da extração de óleo de soja: 8,1%
-Plataformas de perfuração/exploração, dragas, etc: 7,6%
-Minérios de ferro e concentrados: 6,8%
-Celulose: 6,2%
-Óleos Brutos de petróleo: 5,7%
-Café cru em grão: 5,5%
-Soja mesmo triturada: 4,7%
-Minérios de cobre e concentrados: 3,6%
Principais produtos importados pelo Brasil para UE em 2018:
-Medicamentos: 11%
-Produtos manufaturados: 7,5%
-Autopeças: 5%
-Compostos heterocíclicos, seus sais e sulfonamidas: 3,6%
Em 2017, a UE foi o segundo principal parceiro comercial do Brasil sendo responsável por 18,3 % do seu comércio total, enquanto Brasil foi o décimo primeiro maior parceiro comercial da UE sendo responsável por 1,7 % do comércio total da UE.
As principais importações da UE provenientes do Brasil foram sobretudo de produtos primários, concretamente produtos alimentícios, bebidas e tabaco (16,3%), seguido pelos produtos vegetais (17,8%) e produtos minerais (21,8%). O Brasil foi o maior exportador de produtos agrícolas para a UE.
As exportações da UE para o Brasil foram essencialmente de máquinas e equipamentos (26,6%) produtos químicos (23,6%) e equipamentos de transporte (13,6%). A UE foi também o maior investidor estrangeiro no Brasil, com investimentos em diferentes setores da economia brasileira. Em 2015, a UE tinha 48,5% dos seus investimentos na América Latina, no Brasil.
A análise dos investimentos realizados entre 2006 e 2015 mostrou que o Brasil e a União Europeia têm não apenas uma longa relação comercial, mas também uma forte interdependência econômica com investimentos robustos em ambas as direções, dispersos em uma ampla gama de setores, da mineração ao agronegócio, até a produção de bens e serviços com alto valor agregado. O Brasil foi o terceiro principal destino dos atuais fluxos mundiais de IED da UE e a UE é o principal investidor estrangeiro no Brasil. Muitas empresas européias estão gerenciando grandes investimentos no Brasil e vice-versa, criando novas oportunidades para diversificação de mercado, transferência de tecnologia, acesso a talentos e cadeias globais de valor para negócios, maior oferta de oportunidades de emprego para cidadãos europeus e brasileiros, além de mais seguras e acessíveis. produtos e serviços.
Estima-se que o IDE das empresas da UE tenha criado mais de 278.000 empregos na economia brasileira no período de 2006 a 2015, o que representa metade (50,7%) de todas as estimativas de empregos gerados por investimentos
Os setores que criaram mais empregos no Brasil foram automotivo, metais e comunicações, responsáveis por 36% dos empregos anunciados no Brasil. Em relação aos investimentos brasileiros na UE, no período de 2006 a 2015, as empresas brasileiras anunciaram 115 projetos de investimento, totalizando 2,1 bilhões de euros distribuídos entre 15 países da União Europeia. A geração estimada de empregos ligados a esses investimentos anunciados foi de 6.405 novas vagas.
Fontes:
https://www.dci.com.br/economia/brasil-teve-superavit-de-us-7-3-bi-em-comercio-com-ue-em-2018-1.812740
https://eeas.europa.eu/delegations/brazil_pt/7348/O%20Brasil%20e%20a%20UE
https://eeas.europa.eu/delegations/brazil/32670/bilateral-map-brazil-european-union-investment-was-launched_en